Então, vamos falar sobre Sense8, criação de filhos e limites reais e imaginários da maternidade.
Textão, tá?
Como a maioria aqui sabe, eu tenho três filhos: Eda (16 anos), Pietro (15 anos) e Gio (7 anos). Além disso, tenho afilhados e filhos postiços entre as turmas dos dois mais velhos e alguns (montes) deles aqui no Facebook. Sou a tia Jana, a dinda, a sogrinha, a quarentona que organiza festas, dança funk e vai nas estreias da Marvel com eles.
Eeeeeeee ME ORGULHO DISSO.
Ok? Ok.
Particularmente, eu não vejo necessidade de conversar sobre sexo com esses adolescentes. Porque? Porque não vou ensinar nenhum deles a trepar, isso eles vão aprender sozinhos. Todo mundo aprende sozinho, gente.
Eu preciso conversar com eles sobre outras coisas.
Respeito: o seu corpo é SEU. Somente quem você permite pode tocar seu corpo. Se alguém permitir a você esse toque, trate isso com reverência porque alguém te deu esse privilégio. Fotos, vídeos, comentários sobre corpos ou intimidades alheias NÃO SÃO da sua conta.
Respeite o seu corpo. Respeite o corpo alheio.
Cuidado/prevenção: doenças transmitidas pelo sexo são uma cagada. A maioria até tem tratamento, mas é caro, difícil e doloroso, além de deixar sequelas. Outras não tem cura e você vai levar isso pra vida toda. FILHOS não são benção a menos que sejam desejados. Aos 14/15/16, a gente planeja festa, cinema e beijo na boca. Trocar fraldas pode ser o ápice do fracasso da sua vida. Não arrisquem.
Confiança: tipo respeito, sabe? Estar com alguém intimamente requer confiança. Confiança nunca pode ser quebrada. Então, tenham a certeza de que a pessoa ali com vocês merece esse presente.
Afetividade: sexo é bom e todo mundo gosta, é o produto mais vendável do mundo inteiro. Mas sexo sem afetividade é uma merda. Aqui entram as noções de respeito ao próprio corpo, de cuidado e de confiança. Não banalize a experiência sexual, tá? Vocês terão a vida inteira para transar errado, aprender a transar e gostar de transar. Não tenham pressa.
Dito tudo isso, meus filhos assistem SENSE8 comigo. Exceto Giovanna, que não se enquadra em adolescentes ainda.
Massssss tem sexo! Tem casal gay! Tem suruba! Su-ru-ba!
Gente, meus filhos já sabiam o que era suruba quando lançaram Sense. Nunca praticaram (espero, né), mas não por falta de informação.
SENSE 8 ensina muito mais que sexo.
Ensina respeito, reciprocidade, confiança, fé.
Ensina que a gente pode encontrar pessoas por aí que valham a pena, ainda que não em uma relação de sexo.
Ensina a eles que pessoas trans, gays, negros são pessoas comuns e extraordinárias. Que não há diferença entre ninguém.
Ensina a eles que é nosso DEVER lutar para que respeitem todos, não só a gente.
E ensina a melhor coisa da vida: podemos ser melhores. A ferramenta para isso é amor.
O amor conquista tudo.
Então, galera que está escandalizada, tá aí a explicação pedida inbox.
Sim, meus filhos são “expostos” a Sense8. Até porque eu crédito que se eles acesso à internet e qualquer tempo de privacidade, eles vão ver o que quiserem mesmo.
Beijos de luz.

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