A sua régua não mede a vida de ninguém.
Ou seja: não use a sua experiência para medir a experiência alheia.
Desenhando: você não é parâmetro para porra nenhuma.
Sabem porquê?
Eu tenho um NOJO, um ranço, uma irritação de esfregar a cara no asfalto quando vejo esse discursinho capacitista que nem sei. Gasto todo meu autocontrole nisso.
“Quem quer faz, quem não quer arruma desculpa”
“Qual é a sua desculpa para não (insira aqui sua idiotice)”
“Eu venci XXXXX e você também pode”
“É só começar que você vai ver que é possível”
“Conheço uma pessoa que tem xxxx mais problemas que você e ela consegue”
CARALHOS DE ASA.
Pra mim todas essas frases são de dar ânsia de vômito.
Primeiro porque na maioria das situações parte do princípio que você TEM QUE querer.
Não quero. Foda-se.
Exceção feita a superar uma doença grave e ainda assim cada um encontra a sua forma de lutar.
Segundo, que traça uma comparação entre duas pessoas diferentes, com vidas diferentes, necessidades e possibilidades diferentes. E isso é INJUSTO pra caralho.
Uma coisa é dar apoio, conselhos, estímulos para que alguém comece alguma mudança desejada na vida, seja de emprego (o que você acha de fazer um curso? Será que cabe no seu tempo/orçamento? Vou te ajudar a procurar), seja fazer uma reeducação alimentar, uma organização dos armários, uma escola nova na rotina com os filhos.
(Fazendo um parêntese: se você não tem filhos, putamerda, cuidado com o que fala para quem tem.)
Conhecer para ajudar.
Conhecer para ajudar.
Conhecer para ajudar.
Gente, de raciocínio raso basta os eleitores “bacanas” de Bolsonaro.
Se é pra falar da vida de alguém, olhe primeiro com olhos de ver, ouvidos de ouvir, mãos de acalentar. Aí depois de tudo isso, se você tiver uma dica que não passe por capacitismo, meritocracia e julgamento, você pode falar.
O bordão mais amor, menos críticas cabe certinho aqui.
Empatia.


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