Machismo, a doença que mata

em 20 de junho de 2018

Minha avó achava que ter filhos era obrigação da mulher casada.
Minha mãe não falava sobre aborto.
Eu brigo pela descriminalização do aborto, como questão de saúde pública.
Minhas filhas terão o direito de decidir sobre o corpo delas.
Minhas netas serão livres.
Minha avó não falava a palavra gay.
Minha mãe tinha amigos "mulherzinha" ou "enrustidos".
Eu defendo o direito de cada um ser o que quiser.
Minhas filhas não precisarão julgar ou serem julgadas pela sexualidade.
Minhas netas serão livres.
Minha avó dizia que moças tinham que ser direitas.
Minha mãe podia se divorciar, mas sabia que as mulheres divorciadas ficavam mal faladas.
Eu sou feminista e acredito que mulheres podem tudo.
Minhas filhas serão respeitadas ao andar na rua.
Minhas netas serão livres.
Minha avó vivia no mundo onde pessoas "de cor" não eram bem vistas em muitos lugares.
Minha mãe vivia no mundo onde os "escurinhos" eram sempre subalternos.
Eu falo sobre o mundo racista que vivemos e ajudo a desconstruir o racismo estrutural.
Meus filhos farão faculdade em uma turma com muitos negros.
Meus netos não acreditarão no mundo da minha avó.

Essas frases, obviamente, não são absolutamente reais.
Minha intenção é mostrar o quanto o mundo está mudando e o quanto ainda temos que mudar.
Tem muito caminho ainda pela frente.
Essa semana teve pauta de aborto sendo legalizado na Argentina (um passo a frente), teve homem fazendo vergonha mundial na Rússia (vários passos para trás). Mas é assim que vamos chegar onde queremos.
FALANDO. ESCREVENDO. ENSINANDO. EDUCANDO.
O cara que gritou "buceta rosa" lá na Rússia não é um bandido, um "cara mau". É o conceito de homem comum que sequer vê problema no que fez e seguirá sendo desculpado até que alguém diga que não, isso não é normal.
E esse é o papel da minha geração - dizer NÃO.
Não aceitaremos preconceitos, sejam quais forem.
Não aceitaremos machismo.
Não aceitaremos racismo.
Não aceitaremos homofobia.
Não seremos regidos por leis religiosas.
Não. NÃO. N-Ã-O.
Não passarão.

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