Amor próprio ou egoísmo

em 6 de julho de 2018

Eu quero falar de egoísmo e de amor próprio. Estranho, né?
Mas talvez não seja tanto.
Tantos de nos ouvem constantemente que o amor próprio é a coisa mais importante da vida da gente. Sem ele, não somos capazes sequer de amar o outro - vivemos um arremedo de amor, que não é pleno e não faz bem a ninguém.
Buscamos o amor no outro sem achar esse amor dentro de nós, por nós, para nós. Queremos que o outro nos aceite, nos ajude, nos compreenda, mas não damos a nos mesmos esse amor.
Ao mesmo tempo, somos ensinados a não sermos egoistas, não desejar tudo para si e que se doar é importante. Somos compelidos a empatia, a solidariedade, a ajudar, a estar disponível para quem precisa.
Até onde nosso amor próprio compete com o nosso egoísmo?
Se amar significa se conhecer, perceber o quanto você precisa de atenção, de cuidado, de felicidade. Da felicidade simples de um sorvete ate uma viagem, de uma noite de sono a um dia feliz. 
Significa se respeitar e fazer escolhas conscientes sobre aquilo que te faz bem.
Quando você vive uma situação de precisar do seu tempo e não ter, já que está envolvido na situação de ajudar outra pessoa, você se vê diante dessa escolha.
Sabem no avião, quando as instruções mandam o adulto colocar a própria máscara antes de colocar nas crianças? Para mim, na minha primeira viagem, aquilo soou como absurdo. COMO vou ver meu filho em risco e ao invés de socorre-lo primeiro, vou cuidar de mim??? Pois é. Aí o puerpério e a maternidade me jogaram todo esse cuspe na cara.
Não é possível cuidar de alguém se você não estiver bem. Você segue ali, mas sua ajuda não é mais efetiva. Não é tudo que poderia ser. Você puxa de todas as suas reservas tudo que você tem para dar...até não ter mais nada. Nem para você.
Cheira a egoísmo, não é?
Mas é amor próprio, esse amor com consciência. 
A vida ensina, dizem.
É preciso perceber os ensinamentos.
Pessoas estão adoecendo por falta de amor próprio. Por achar que o outro precisa mais, por se doar além da conta, por se acreditar indispensável, por permitir que as pessoas coloquem o peso de suas vidas sobre elas.
Romper esse padrão não é fácil e SEMPRE vai exigir sacrifícios. 
A questão é estar disposto a pagar o preço de amar a si mesmo.

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