02 de fevereiro ou 01 de maio? Tudo Yemoja

em 1 de maio de 2018

Odô Iyá!
Mais um ano, mais um ciclo.
Mais águas rolaram, mais tsunamis e calmarias.

Sou uma mulher de Yemoja, nesta vida e em todas que eu viver. E o orgulho que sinto ao dizer essas palavras não cabe em mim: extrapola e sobra em forma de lágrimas, as lágrimas feitas da mesma água salgada que eu.
Não dá para colocar em palavras o que é ser de Yemoja. 
Não posso descrever a sensação da maresia, o canto das ondas e o farfalhar da areia a cada passo.
Não posso explicar o que é ser feita de Águas, mover-se com ela, inundar e fluir e afogar e respirar e estar envolto todo o tempo pela certeza de algo que não se compreende.

Em minhas veias corre sangue e maresia, lateja o amor imenso da minha Mãe, a Senhora que me guarda, me ensina e me ama certamente mais do que eu mereço.
Yemoja é Mãe, é a grande Mãe de todos.
Dos filhos que nascem das suas águas, é mãe zelosa, carinhosa, bruta, exigente. As águas não são paradas: são instáveis, ora marola ora ressaca. Assim é o amor de Yemoja: ele muda, mas está sempre ali, não nos abandona.
Yemoja é a dona da minha vida, senhora do meu destino.
Vivo de acordo com a vontade Dela, e por essa vontade, procuro ser melhor: por ela, para ela, com ela.
Meu escudo, minha fortaleza, meu colo, meu paraíso: minha Mãe, que enxuga minhas lágrimas, me dá força para viver e coloca um sorriso no meu coração. Aquela que sussurra baixinho seu Amor na forma das bênçãos que me dá.

Yemoja me fez coletiva: uma família grande, estranha, complicada, com amor demais, com laços diversos e tantos sorrisos. Me fez nascer em um ventre de Oxum, para eu fosse protegida de todo o mal e de todo feitiço. Me deu um coração do Encanto, me deu luz e alegria.
Yemoja me deu um parceiro que eu não sabia que me faltava até ele chegar, me deu um companheiro para dividir a vida que eu tinha e construir uma vida nova, de mãos dadas.
Yemoja me fez mãe.
De todas as coisas que eu poderia ser, a melhor foi ser mãe. A maior expressão do amor dela é o brilho nos olhos dos meus filhos, tão dela quanto meus.
Me fez mãe dos meus e mãe dos outros, me deu filhos de coração, de afeto e fez com que eu me sentisse forte por eles.
Yemoja me deu filhos não como âncoras, mas como bússola: por eles, eu sempre acharei o caminho.
Yemoja me deu mais que amigos, mais que irmãos: me deu companheiros de estrada, amores que caminham comigo e me fazem ser eu, quando eu fraquejo. Eles são presentes imensuráveis, porque Ela sabe o que eu preciso mais do que eu mesma.
Meus pedacinhos de alma, poeira da mesma estrela, cada um do seu jeito. Todos meus e todos de mim, porque somos bosque.
Yemoja me ensinou a força do feminino, muito mais do que do ser mulher. Me ensinou o afeto e o poder que nasce de um círculo de mulheres, a força da criação e do apoio.

Yemoja me fez forte, me fez difícil, me fez teimosa.
Me deu capacidade de pensar do lugar do outro. Me deu coerência e sensibilidade.
Mais que tudo, me deu FÉ.
Nela. Em mim, nos outros, na vida.
Essa fé me sustenta e me alimenta.
Meu riso é Dela, minhas vitórias são Dela e Dela são minhas lágrimas.

Obrigada, Iyá.
Por mim e pela Senhora.
Por ser minha, por me deixar ser sua, por ser tantas vezes eu.
Tantas vidas eu tivesse, tantas eu lhe daria.
Odô Iyá!

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