Hoje bateu uma saudade doída de ler poesia e sorrir.
Dores passam, risos se calam. Sorrisos permanecem, em momentos que se tornam marcantes apenas pelo sorriso que despertam.
Eu sorrio em horas talvez estranhas, talvez impossíveis. Sorriso, para mim, é dádiva, é arte, é presente, é conforto.
Eu sorri na despedida da mulher mais forte que já conheci, minha avó. Sorri ao me lembrar das suas mãos me acarinhando, dos bolos prediletos, do seu sorriso ao me ver chegar, da sua necessidade de me educar para que eu fosse uma mulher íntegra.
Eu sorri. Sorriso de apego e tristeza. Te vejo do outro lado, tá?
Eu sorri ao passar pela porta de casa com meus filhos. Três filhos, três situações, três chegadas...e cada uma delas um sorriso diferente. De fé, de glória, de certezas.
Eu sorri ao ver minha família numa emergência de hospital. Mãos apertadas, corações também. Sorri. Um sorriso de tranquilidade e cuidado.
Eu sorri no meu renascimento. Um sorriso de água salgada, de maresia, de juramentos e de entrega.
Eu sorri ao me declarar ao mundo como casada. Sorri para o mundo, para ele e para mim. Sorriso de cumplicidade e parceria.
Sorrisos são armas, são pontes, são barreiras.
São linguagem. Minha, sua, de qualquer um, qualquer lugar cabe um sorriso.

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