Essa semana eu postei no Face sobre escolher por quem sofrer.
E li uma crônica postada por uma amiga, de autoria do dr. Dráuzio Varella, sobre sofrer por coisas pequenas, como quando alguém estaciona o carro colado ao seu e ao invés de entrar pela outra porta você fica reclamando, tornando o SEU dia pior.
Eu não vou dizer que sou dessas que relevam tudo, que acham que tudo é legal e vivem como a Poliana.
Eu acredito na felicidade. Mas tenho meus dias de mau humor, quando até o meu reflexo no espelho me aborrece, tudo parece um problemão e a comida mais gostosa fica insossa.
Felizmente são poucos. Em geral vivo no meio-termo, entrando pela porta lateral mas reclamando da demora no caixa do supermercado, deixando barato o mau atendimento na locadora e brigando com as crianças que deixaram brinquedos no chão.
Mas não é sobre isso que quero escrever.
É possível escolher pelo que sofrer, ou por quem sofrer?
Como é que se avalia quem vale a pena e quem não vale, como é que se sabe que aquela reclamação é mais justa ou necessária do que a outra?
O que nos faz atribuir valor emocional a uma pessoa ou situação?
O que cada um nos faz sentir de bom ou ruim, o que aquela pessoa traz de si, o que aquela situação nos agride. E isso é diferente para cada um, porque as nossas expectativas e alegrias são de formas diferentes.
Uma atitude que traga sofrimento para um é encarada com mais leveza por outro porque não traz a mesma carga emocional.
Uma mágoa vinda de um amigo pode parecer pior do que um fora do namorado, assim como um comentário grosseiro do seu amor te envergonha mais do que se um amigo o fizesse.
Não escolhemos de quem gostar.
Não temos culpa por gostar de pessoas/situações erradas, porque elas não nos parecem tão erradas assim.
Mas podemos escolher se vamos ou não sofrer por elas, uma vez que percebamos que não está funcionando.
Sofrer é opcional. Gostar não.
Jana

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