Mais um fim de semana corrido, mais um tempo sem tempo.
Fiz tanta coisa e não fiz nada, será que isso é possível?
Será que há algo a fazer, ou eu simplesmente posso fingir que vivo, fingir que sonho, fingir que estou aqui?
Será que há uma forma de existir de verdade?
Como ser eu mesma e ser a mesma, ser feliz e fazer feliz?
Não quero que meus filhos sejam como eu, mas também não quero que sejam diferentes.
Há algum bom senso nisso, ou são delírios de uma cabeça perturbada, inconsequente e sem juízo?
Ai, como eu queria a inconsequência!
Como a vida pesa, como atrapalha, como enforca...como não viver assim infeliz? Como não viver?
Tento dar a minha rotina um certo ar respeitável: arrumar, limpar, resolver, consertar.
Quero fingir que sei o que faço, que sei como faço, que posso fazer.
Será que sei, que posso?
Será que eu quero?
Não quero, mas não posso não querer..é a Vida, com o tal V maiúsculo, que faz com que eu me sinta minúscula por não perceber o milagre de existir e ter saúde, comida, teto, cama e todo o resto do pacote.
Como é que a gente diz que isso não basta sem parecer mesquinha?
Como é que a gente confessa que não é feliz, se temos o tal "tudo"?
Como é que eu posso não estar satisfeita?
Como é que eu posso?
NÃO POSSO....
E segue-se sorrindo, arrumando, limpando, resolvendo, consertando, consolando, brincando, dormindo...Sem sonhos, sem esperança, sem possibilidade, sem chance.
Mas ainda assim, seguimos.

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