"De boa intenção o inferno está cheio."
Quantas vezes ouvimos ou dissemos essa frase?
Com diferentes entonações, com diferentes intenções. É disso que se trata, na verdade: intenção.
O que é intenção?
Ter vontade de fazer alguma coisa? Se comprometer em fazer? Querer fazer?
Eu tenho a intenção de acordar em Las Vegas, ganhar uma fortuna no cassino e viver 10 anos como se o mundo fosse acabar amanhã.
Tenho a intenção de virar natureba e viver de luz e sol.
Tenho a firme intenção de perder 10 kg.
Tenho a intenção de voar.
E de tudo isso, o que fica? A intenção, somente.
Intenção é esperança.
Saímos de casa com ela e de vez em quando a perdemos no caminho.
Esperamos chegar a tempo para aquela reunião, mas o trânsito não ajuda.
Esperamos chegar em casa cedo e o mercado está lotado.
Esperamos fazer um bom trabalho, mas o assistente perde os documentos.
Esperamos sair pra jantar, mas o filho fica com febre.
Esperamos um dia de paz, mas a fila anda e a vida segue, cheia de intenções.
Qual é a real diferença entre boa e má intenção?
Quando um amigo dá um conselho, pode ser com a melhor das intenções, mas o efeito é desastroso. Aí você descobre que na verdade o amigo já sabia do resultado...boa intenção?
Quando nos esforçamos para fazer aquele bolo maravilhoso, mas ficamos com preguiça de comprar o ingrediente certo e adaptamos alguma coisa...boa intenção, mas lá no fundo a gente sabe que o bolo não vai ficar tão maravilhoso.
Quando dizemos a uma amiga que ela está linda, sabendo que o vestido não a favorece, só pra convencer a moça a sair de casa e deixar a depressão de lado. Má intenção? Mais, por favor.
Intenção é ter esperança.
Ter vontade é uma outra coisa, às vezes bem diferente.
Sonhos - o que faz a gente sonhar?
em
28 de novembro de 2012
Eu sempre acreditei em sonhos.
Não necessariamente em significado, essas deduções ilógicas de que sonhar com isso significa aquilo.
Sempre acreditei na importância de sonhar para viver.
Sempre achei que sonho era necessidade, para manter a sanidade mental.
Costumo desejar aos meus amigos que sonhem. E que a cada sonho realizado, se encontre mais um motivo para sonhar outra coisa.
Sonho é imprescindível. Realizar alguns sonhos liberta a alma para sonhar outros, para tentar, para lutar e viver na expectativa gostosa de fazer o novo sonho se realizar.
Sonhar não é ilusão, ou talvez seja.
Sonho não precisa ser realizável, possível ou mesmo nosso: já sonhei sonhos de outros, porque divagar sobre a vida alheia é uma atividade presente também nos sonhos, porque não?
Sonhar é manter em si o lúdico, a imaginação solta, a alegria de conquistar uma coisa especial.
Sonho é desejo, é vontade, é imaginar , é delírio.
Sonho é ser o que se quiser. E até o que não se quer, só pra ver como é.
Sonhos de viagem, de mudança, de alegrias. De formaturas, de amores impossíveis.
Sonhos de tudo.
E hoje me pego pensando em como os meus sonhos se tornaram diferentes, ou se tornaram apenas reflexos das necessidades cotidianas.
Percebo que o meu sonho não é mais um desejo. É necessidade de suprir carências diárias.
Me surpreendo pensando em tudo que sonhei, tudo que desejei.
Aliás, me pego sonhando.
Sonhando em ter a liberdade de voltar a sonhar por mim, sem a necessidade de adequar, até nos sonhos, toda uma realidade que existe e depende, solicita, esgota e cansa. Que alegra, que completa, que emociona.
Sonhando em acordar de um pesadelo real, onde sonhos não existem mais, tamanha a dor da realidade.
Sonhando em descobrir que meu único sonho realizado não aconteceu.
Sinto um enorme buraco onde antes moravam meus sonhos. Onde eles foram?
Imagino o que eu sonharia, se pudesse.
Sonhar por mim.
Pensar em mim.
Fazer para mim.
Seria possível realizar um sonho pessoal, sem cobranças, sem expectativas?
Ser somente UMA coisa que deu certo, não esse tipo de dar certo porque funciona bem, mas deu certo do jeito certo, como eu queria, como eu planejei.
Como eu sonhei.
Sonhos. Necessidades. Ilusão.
Vida.
Superação
em
23 de novembro de 2012
A palavra do dia é SUPERAR.
Segundo definição do dicionário:
v.t. Passar por cima; passar além; ser ou ficar superior; sobrelevar-se: superar a expectativa.
Vencer, subjugar, dominar, dobrar: superar a resistência do adversário.
Segundo definição do dicionário:
v.t. Passar por cima; passar além; ser ou ficar superior; sobrelevar-se: superar a expectativa.
Vencer, subjugar, dominar, dobrar: superar a resistência do adversário.
Fazer desaparecer, remover, resolver: superar todas as dificuldades.
É isso.
Vou passar por cima das dificuldades.
Vou passar além dos problemas.
Vou ser ou ficar superior aos que me querem mal.
Vou sobrelevar-me aos maldosos.
Vou superar a expectativa dos que acham que me conhecem.
Vou vencer a luta.
Vou subjugar o inimigo.
Vou dominar a mim mesma.
Vou dobrar o cuidado.
Vou superar a resistência do adversário e vencê-lo.
Vou fazer desaparecer a dor.
Vou remover o medo.
Vou resolver as pendências.
Vou superar todas as dificuldades e permanecer eu mesma.
Porque no final de todas as contas, é sempre isso que importa: ser eu mesma.
Ser a pessoa que se conhece, que se ama e que é capaz de muita coisa que as pessoas não acreditam.
Por talento ou teimosia, vou ser feliz.
É isso.
Vou passar por cima das dificuldades.
Vou passar além dos problemas.
Vou ser ou ficar superior aos que me querem mal.
Vou sobrelevar-me aos maldosos.
Vou superar a expectativa dos que acham que me conhecem.
Vou vencer a luta.
Vou subjugar o inimigo.
Vou dominar a mim mesma.
Vou dobrar o cuidado.
Vou superar a resistência do adversário e vencê-lo.
Vou fazer desaparecer a dor.
Vou remover o medo.
Vou resolver as pendências.
Vou superar todas as dificuldades e permanecer eu mesma.
Porque no final de todas as contas, é sempre isso que importa: ser eu mesma.
Ser a pessoa que se conhece, que se ama e que é capaz de muita coisa que as pessoas não acreditam.
Por talento ou teimosia, vou ser feliz.
Papai do Céu
em
14 de novembro de 2012
Papai do Céu, não esqueça de mim, que sou tão esquecida.
Esqueci até de dar atenção a certas idiotices que me irritam, esqueci de deixar os outros me aborrecerem, esqueci de pedir opinião a quem não se importa comigo.
Esqueci de contar as horas tristes, esqueci de pensar em problemas e consegui esquecer por alguns minutos a vida que eu queria e pensar na vida que eu tenho.
Esqueci de todos para pensar em mim, Papai do Céu.
Esqueci pessoas, fatos, coisas. Esqueci dores e sorrisos.
Papai do Céu, esqueci.
Esqueci de não querer mais o que tenho direito.
Esqueci de tentar ser outra pessoa.
Esqueci dos motivos para mudar meu jeito de ser.
Papai do Céu, não esqueça de mim que esqueci de muita coisa.
Mas que lembro do meu Papai do Céu e lembro de mim, como eu devo ser.
Esqueci a moça boazinha, a mamãe dedicada, a esposa, a filha, a nora, a irmã.
Esqueci até a amiga!
Esqueci que tenho que dar conta do recado, esqueci que tenho que qualquer coisa.
E por algum tempo esquecido, voltei a ser só eu.
E acho que esqueci de deixar de ser.
Papai do Céu, não me deixe mais esquecer
Esqueci até de dar atenção a certas idiotices que me irritam, esqueci de deixar os outros me aborrecerem, esqueci de pedir opinião a quem não se importa comigo.
Esqueci de contar as horas tristes, esqueci de pensar em problemas e consegui esquecer por alguns minutos a vida que eu queria e pensar na vida que eu tenho.
Esqueci de todos para pensar em mim, Papai do Céu.
Esqueci pessoas, fatos, coisas. Esqueci dores e sorrisos.
Papai do Céu, esqueci.
Esqueci de não querer mais o que tenho direito.
Esqueci de tentar ser outra pessoa.
Esqueci dos motivos para mudar meu jeito de ser.
Papai do Céu, não esqueça de mim que esqueci de muita coisa.
Mas que lembro do meu Papai do Céu e lembro de mim, como eu devo ser.
Esqueci a moça boazinha, a mamãe dedicada, a esposa, a filha, a nora, a irmã.
Esqueci até a amiga!
Esqueci que tenho que dar conta do recado, esqueci que tenho que qualquer coisa.
E por algum tempo esquecido, voltei a ser só eu.
E acho que esqueci de deixar de ser.
Papai do Céu, não me deixe mais esquecer
Sexta
em
11 de novembro de 2012
O relógio contava pouco mais de 7 horas da manhã de sexta-feira quando a casa caiu por descuido e curiosidade, a destempo, na minha cabeça. A informação e as palavras eram certeiras e inesperadas como um tiro. Levei dez minutos chorando compulsivamente, de raiva como pretexto, de desequilíbrio como peculiaridade, até lembrar que não era só eu ali. E que isso era mais uma nas histórias da minha vida, só que em cores mais fortes e dores mais sentidas. Daquelas que eu acho que de maneira sui generis nunca chegam ao fim e inauguram um tipo de decepção.
Decepção que seria demonstrada na confirmação desnecessária, numa voz seca e que deixasse poucas dúvidas, na fuga precipitada pelo temor de um encontro ou confronto. E haveria um confronto. E haveria um encontro. E não tardaria que eu explodisse, em fúria, disparando merecidos insultos, de um jeito que não lembro de ter dito a ninguém antes, no avesso do que eu realmente esperava pra pouco mais de doze horas antes daquela manhã fatídica. Decepção de se emprestar inteira, em todas as nuances, pra um envolvimento clichê mas nada convencional, que seria visto como frívolo e preterido por essa "facilidade" (anunciada numa conversa, em tom de zombaria, imagino...).
Em algo eu sempre erro, eu sei, é assim em todas as histórias e também nas lembranças que tenho delas, então posso dizer que, se a memória não me falha, eu fiquei descalça. Só pra ter certeza de que voltaria a ter os pés no chão, dali em diante. E naquele projeto de despedida interior acenei a cabeça em um gesto de reprovação por tudo que me feriu tão prematuramente no último momento daqueles 15 minutos que tudo durou. Por tudo que eu soube, sem poder perguntar ou querer oportunizar a explicação de motivos daquela atitude de filho da puta, nos termos do que vociferei duas ou três vezes, entre os dentes para não chamar a atenção.
Mais algumas providências a tomar e lágrimas a derramar.
Falar ao telefone como se não me importasse com a situação. Mas eu me importava.
Depois de conseguir o batalhado espaço para sofrer, depois de ter o luxo do tempo onde nada mais precisava ser feito, a luxúria de deixar a comporta se abrir e o sofrimento escorrer. Deixar o luto correr nas minhas veias pela morte do que era precioso: eu mesma.
Deixar-se ser dor.
Eu só deixei ser. Eu só deixei ser, pensando que algumas conversas nessa vida você não precisava ter tido.
Eu só deixei ser, como foi desde o início, como deixei ser amor.
Mas aparentemente "deixar ser" também tem um preço.
Um preço caro, como eu soube às 7 de sexta.
E essa sexta ainda está aqui.
Decepção que seria demonstrada na confirmação desnecessária, numa voz seca e que deixasse poucas dúvidas, na fuga precipitada pelo temor de um encontro ou confronto. E haveria um confronto. E haveria um encontro. E não tardaria que eu explodisse, em fúria, disparando merecidos insultos, de um jeito que não lembro de ter dito a ninguém antes, no avesso do que eu realmente esperava pra pouco mais de doze horas antes daquela manhã fatídica. Decepção de se emprestar inteira, em todas as nuances, pra um envolvimento clichê mas nada convencional, que seria visto como frívolo e preterido por essa "facilidade" (anunciada numa conversa, em tom de zombaria, imagino...).
Em algo eu sempre erro, eu sei, é assim em todas as histórias e também nas lembranças que tenho delas, então posso dizer que, se a memória não me falha, eu fiquei descalça. Só pra ter certeza de que voltaria a ter os pés no chão, dali em diante. E naquele projeto de despedida interior acenei a cabeça em um gesto de reprovação por tudo que me feriu tão prematuramente no último momento daqueles 15 minutos que tudo durou. Por tudo que eu soube, sem poder perguntar ou querer oportunizar a explicação de motivos daquela atitude de filho da puta, nos termos do que vociferei duas ou três vezes, entre os dentes para não chamar a atenção.
Mais algumas providências a tomar e lágrimas a derramar.
Falar ao telefone como se não me importasse com a situação. Mas eu me importava.
Depois de conseguir o batalhado espaço para sofrer, depois de ter o luxo do tempo onde nada mais precisava ser feito, a luxúria de deixar a comporta se abrir e o sofrimento escorrer. Deixar o luto correr nas minhas veias pela morte do que era precioso: eu mesma.
Deixar-se ser dor.
Eu só deixei ser. Eu só deixei ser, pensando que algumas conversas nessa vida você não precisava ter tido.
Eu só deixei ser, como foi desde o início, como deixei ser amor.
Mas aparentemente "deixar ser" também tem um preço.
Um preço caro, como eu soube às 7 de sexta.
E essa sexta ainda está aqui.
