Segundo o Pai dos Burros, desapego significa indiferença, deixar de ter apego.
Por outro lado, tem aquele momento "Se apegue a Nossa Senhora", "Ele é apegado a mim".
E me lembro de Zeca Pagodinho cantando: "Tenho fé no meu apego".
O tal do apego é bom ou ruim, afinal?
Eu confesso que estou num momento "apegado".Talvez seja efeito do trauma pós-acidente, sei lá, mas não consigo pensar em jogar nada fora, eu que sou a Maria Joga-Fora.
Preciso de tudo ao meu redor, uma sensação de normalidade na bagunça, um reconhecimento do meu mundo, meu espaço, minha vida - essa que quase ficou no carro, no poste, em um momento de distração ou imperícia.
Estou apegada até ao que não tenho mais: a mecha de cabelo que tiveram que raspar para dar pontos; a superfície lisa da minha testa, agora com um L que não existia; os movimentos rápidos e fáceis das minhas pernas, agora travadas em lesões e contusões e pontos.Estou apegada, grudada feito chiclete, aos meus.
Quero saber de todos, de tudo, onde estão, com quem, o que vão fazer amanhã - ainda que os planos não me incluam ou mesmo me digam respeito.
Fuxico as redes sociais, querendo saber da vida alheia, pobre arremedo da vida que eu não posso levar por hoje.
Me divirto por tabela nas festas, viagens e aventuras dos meus amigos.
Leio as piadinhas como se as ouvisse em uma mesa de barzinho, entre latas de Coca e tulipas de chopp, sorrisos e alegria.
A tela do computador virou meu espelho mágico.
Sim, isso é passageiro. Não estou aqui fazendo estréia no Muro das Lamentações, não é da minha índole.
Mas é real nesse momento, pelo menos para mim.
Apego? Sim, obrigada. Porção dupla, por favor.

Amei! Essa sou eu em tempo integral. Totalmente apegada. kkkkk.
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