Hoje eu nem quero desabafar, quero só descansar a cabeça.
E para isso às vezes é preciso esvaziar a mente, deixar sair o excesso e criar espaço para o novo - nem que seja só um novo silêncio, um novo vazio, um novo nada.
Nessas horas que os pensamentos se tumultuam, que as decisões se acumulam e as opções não nos deixam optar, pela sua própria versatilidade exagerada, é preciso parar e deixar o tempo colocar as coisas nos seus devidos lugares. É uma pausa forçada, uma respirada longa antes de afundar a cabeça de novo.
Loucura? Maybe.
Talvez apenas cansaço, apenas uma necessidade de solidão - essa palavra tão execrada para um sentimento tão necessário, tão essencial, tão interno.
Eu, confesso, sou uma pessoa naturalmente solitária.
Aí, depois de uma declaração dessas, aparece meio mundo dizendo que não é possível, que eu vivo cercada de gente, que tenho família grande, que tenho filhos (o antídoto básico contra solidão)....e eu posso tranquilamente responder: nada disso me faz menos solitária. E minha solidão não me faz infeliz.
Vou tentar explicar, embora seja difícil colocar em palavras essa sensação de estar rodeada e sozinha, de ser popular e solitária.
Eu não me sinto mal sozinha, tenho prazer na minha companhia, acho uma delícia ficar em silêncio, gosto de curtir minha casa sem ninguém.
Também gosto de uma boa conversa, de uma festa, de receber amigos e brincar com meus filhos.
Contraditória, eu? MUITO. Mas sã, pelo menos na minha forma de ver.
Preciso de um pouco de espaço, nem que seja interno.
Preciso me dar ao luxo de não ter que sorrir e ser agradável, de não socializar, de não responder perguntas, de ler um livro sem parar, de ver um filme sem me mover na poltrona.
É claro que isso não é frequente, é claro que eu não abandono os meus para ficar sozinha trancada no quarto escuro. Não sou louca, gente. Sou só esquisita.
Essa vontade aperta nos dias após algum acontecimento importante, seja bom ou ruim. Depois de contornar uma crise, de ganhar uma batalha, de fazer alguma coisa difícil ou de um desgaste físico. Sou daquelas que gosta de ficar só até doente.
Como na minha rotina atual é um tanto quanto problemático ficar sozinha, aproveito meus míseros minutos na volta da escola, depois de deixar as crianças; na fuga até o mercado enquanto a caçula dorme; nos minutos roubados de madrugada, após acordar para amamentar.
Nesses momentos, tenho meu mundo ilusório, mudo de vida numa respiração e crio asas....
São os alicerces da minha força, para no dia seguinte carregar minhas responsabilidades e vencer minhas batalhas.
Solidão.
Eu gosto.
Envelhecendo
em
16 de abril de 2011
Semana que vem, minha mãe faz aniversário - 56 anos. E eu me peguei pensando: Nossa, mamãe tá envelhecendo. E logo depois: Eu também!
Como assim, eu estou envelhecendo?
Quando foi que eu permiti que meus cabelos ficassem brancos, que minhas coisas favoritas saíssem de moda, quando foi que eu comecei a dizer "na minha época"?
Tenho 34 anos, marido e três filhos.
Não posso envelhecer.
Como é que não vou mais poder sentar no colo do meu marido e curtir carinhos, rindo das nossas bobagens?
E ficar juntinho, falando da vida, nossos códigos e piadas internas...
Como posso envelhecer, se tenho tanta vida pela frente? Quem envelhece tendo tanta coisa pra fazer com os filhos?
Eda vai fazer 15 anos, vai namorar escondido do pai, vai aprender a dirigir, vai sofrer por amor...e vai pra faculdade, ai meu deus, minha filhinha!
Pietro vai arrumar confusão com os amigos, vai passar no vestibular, vai sair sozinho pela primeira vez, vai me apresentar a primeira namorada, vai comprar Playboy e o primeiro carro...e eu nisso?
E minha Gio?
Meu bebê tão novinho, tenho tanto que fazer com ela!
Ensinar a andar, a falar, a comer, a viver...quem pode envelhecer assim?
Não, Vida, não dá. Não tenho tempo pra envelhecer. Preciso de tempo nos meus dias, tenho uma família maravilhosa pra curtir.
Tenho mãe, irmão, sogra, marido, filhos. Tenho amigos. Tenho gente que eu amo e que me ama, gente que precisa de mim e de quem eu preciso.
Ó Vida...tô aqui. Sem envelhecer, vendo o tempo chegar e passar, tá?
Como assim, eu estou envelhecendo?
Quando foi que eu permiti que meus cabelos ficassem brancos, que minhas coisas favoritas saíssem de moda, quando foi que eu comecei a dizer "na minha época"?
Tenho 34 anos, marido e três filhos.
Não posso envelhecer.
Como é que não vou mais poder sentar no colo do meu marido e curtir carinhos, rindo das nossas bobagens?
E ficar juntinho, falando da vida, nossos códigos e piadas internas...
Como posso envelhecer, se tenho tanta vida pela frente? Quem envelhece tendo tanta coisa pra fazer com os filhos?
Eda vai fazer 15 anos, vai namorar escondido do pai, vai aprender a dirigir, vai sofrer por amor...e vai pra faculdade, ai meu deus, minha filhinha!
Pietro vai arrumar confusão com os amigos, vai passar no vestibular, vai sair sozinho pela primeira vez, vai me apresentar a primeira namorada, vai comprar Playboy e o primeiro carro...e eu nisso?
E minha Gio?
Meu bebê tão novinho, tenho tanto que fazer com ela!
Ensinar a andar, a falar, a comer, a viver...quem pode envelhecer assim?
Não, Vida, não dá. Não tenho tempo pra envelhecer. Preciso de tempo nos meus dias, tenho uma família maravilhosa pra curtir.
Tenho mãe, irmão, sogra, marido, filhos. Tenho amigos. Tenho gente que eu amo e que me ama, gente que precisa de mim e de quem eu preciso.
Ó Vida...tô aqui. Sem envelhecer, vendo o tempo chegar e passar, tá?
Minha terapia caseira
em
4 de abril de 2011
Hoje quero falar de dádivas...de presentes...de afeto incondicional...de responsabilidade.
Filhos.
Os meus são especiais porque são meus, claro!
É com eles que eu vivo e convivo, com eles eu ensino e aprendo. É impressionante como a gente se dá conta do que é a construção da personalidade de um ser humano, como é que formam os valores e alicerces de alguém.
Eda é totalmente diferente do Pietro.
Onde ela é elétrica, ele é devagar. Onde ela é participativa, ele é preguiçoso.
Onde ela é curiosa ele também é!
São maravilhosos, são espertos, são inteligentes. Aliás, às vezes são inteligentes demais...o que me mata de orgulho!
São o amor da vida, minha âncora, meu chão.
Filhos.
Os meus são especiais porque são meus, claro!
É com eles que eu vivo e convivo, com eles eu ensino e aprendo. É impressionante como a gente se dá conta do que é a construção da personalidade de um ser humano, como é que formam os valores e alicerces de alguém.
Eda é totalmente diferente do Pietro.
Onde ela é elétrica, ele é devagar. Onde ela é participativa, ele é preguiçoso.
Onde ela é curiosa ele também é!
São maravilhosos, são espertos, são inteligentes. Aliás, às vezes são inteligentes demais...o que me mata de orgulho!
São o amor da vida, minha âncora, meu chão.
